segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O meu lado clichê

Generalizar, na minha opinião, é um dos grandes erros do homem. Sempre existe a exceção - e em boa parte dos casos a exceção é a maioria. E é exatamente isso que os clichês fazem: generalizam. Carioca é tudo marrento; todo mineiro é acolhedor; se é baiano, é alegre... Mas existem situações das quais você não pode escapar - e nem deve! - e acaba criando o seu próprio "eu" clichê.

Dias atrás eu estava lendo pela milésima vez um texto que trazia o velho discurso do "eu sou baiano, mas odeio acarajé e detesto axé". Sabe como é?! Já até virou clichê da turma do contra. E pensando sobre os haters do lifestyle baiano, eu pude me dar conta de quão clichê eu sou... 

De primeiro, eu só conseguia pensar nisso de ser mais do mesmo, de ser mais uma na multidão e de que era triste alimentar esse estereótipo que se criou a cerca do jeito de ser baiano. Mas depois... Depois eu vi que esse meu lado clichê é responsável por boa parte de quem eu sou hoje. Foi vivendo esse meu lado clichê que eu aprendi muita coisa; decidi o que valia levar comigo pra sempre e por onde eu for; criei uma identidade muito maior do que a que eu levo na minha carteira. 

Eu nasci, cresci e hei de morrer assim: uma baiana totalmente clichê. Que acha que um acarajé bem feitinho cura o pior dos males; que entra numa 'briga' ferrenha com qualquer capixaba pra defender a moqueca baiana; que vai atrás do trio e adora a sensação, o ambiente, a energia; que escuta um pagodão e não consegue ficar parada ao som daquela percussão - é involuntário!; que, mesmo sendo católica, pede a benção e entrega oferenda à Iemanjá no 2 de fevereiro; que ama o sotaque que tem e não acha graça na zombaria dos outros por causa disso; que se ofende quando falam a sério que baiano é preguiçoso - e prova por A+B que essa crença é errônea; que por mais que ache que o Caetano podia ficar calado às vezes, vai sempre defendê-lo; que ama rede e um dia de folga pra ir mergulhar no mar; que tem um profundo respeito por Dona Canô e que faz questão de receber bem qualquer pessoa - até mesmo aqueles que não merecem! 

É que eu sou dessas que "me bato, me quebro, tudo amor" e por mais que eu queira dar a volta no mundo e vê-lo girar, eu sei bem onde é o meu lugar!

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