quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Prato que se come frio...

Eiiita que tô de vorta! E com uma coisa booooa que dá gosto de ler. A caso, vocês se lembram daquela história do coordenador do curso de medicina da UFBA, que falou e aconteceu sobre os baianos? Pois é... Já dizia o Chaves: A vingança nunca é plena. Mata a alma e envenena! Maaaaaas... É um prato que se come frio e que é de encher os olhos! rs

Em momento de total burrice, o senhor Miguezim de Princesa, um cordelista porreta!, resolveu por devolver em bons trocados o que o pilantra andou mai dizendo. E o resultado? Um cordel de primeira! E com vocês:

A Vingança do Berimbau

Superado pelo tempo,
Ensinando muito mal,
Fabricando mil diplomas
Para entupir hospital,
O doutor da faculdade
Botou, com toda maldade,
A culpa no berimbau.

Disse o doutor Natalino
Que o baiano é um bocó,
Sem coragem e inteligência,
Preguiçoso de dar dó,
Só liga pra carnaval
E só toca berimbau
Porque tem uma corda só.

O sujeito ignorante
Não conhece o berimbau,
Que atravessou o mundo
Com toda a força ancestral.
Na fronteira da emoção,
Traz da África a percussão
Da diáspora cultural.

Nem Baden Powel resistiu
À percussão milenar,
Uma corda a encantar seis
Na tristeza camará
De Salvador da Bahia.
Quem toca e canta poesia
Na dança sabe lutar.

O doutor, se estudou,
Na certa não aprendeu nada:
Diz que o som do Olodum
Não passa de uma zoada
E a cultura baiana
É uma penca de bananas,
Primitiva e atrasada.

Jimmy Cliffi, Michael Jackson,
Paul Simon e o escambau
Se renderam ao Olodum
Com seu toque genial,
Que nasceu no Pelourinho
E hoje abre caminho
No cenário mundial.

O baiano é primitivo?
Veja só o resultado:
Ruy foi o Águia de Haia;
Castro Alves, verso-alado
De poeta condoreiro,
E gente do mundo inteiro
Se curvou a Jorge Amado.

Bethânea, Caetano e Gil,
Armandinho, Dodô e Osmar,
Gal Costa, Morais Moreira,
Batatinha a encantar
João Gilberto, Bossa Nova
Novos Baianos são prova
Da grandeza do lugar.

Glauber, no Cinema Novo;
Gregório, velha poesia;
Gordurinha, no rojão;
Milton, na Geografia;
Anísio, na Educação;
Dias Gomes, na encenação;
João Ubaldo e Adonias.

Menestrel da cantoria
Temos o mestre Elomar,
Xangai, Wilson Aragão,
Bule-Bule a improvisar,
Roberto Mendes viola
A chula * semba de Angola,
Nosso samba de além-mar

Se eu fosse citar todos
Que merecem citação,
Faria um livro de nomes
Tão grande é a relação.
Desculpe, Afrânio Peixoto,
Esse doutor é um roto
Procurando promoção!

Com vergonha do que fez:
Insultar toda a Nação,
O tal doutor Natalino
Pediu exoneração
E não encontra ninguém,
Nem um nazista do além,
Para tomar a lição.

O baiano é pirracento,
Mas paga com bem o mal:
Dá uma chance a Natalino
Lá no Mercado Central
De ganhar alguns trocados
Segurando o pau dobrado
Da corda do berimbau.



'Se gostar, descasque essa idéia!

4 comentários:

D. Martins disse...

O que dizer? BAIANO É PIRRAÇENTO!! (gostei disso) e de uma energia unica!!

gostei por demais Nêga!!! =)

bejOOO!

Darshany L. disse...

hahuahuahua adorei mari!
você acha cada coisa ^^

Unknown disse...

Não poderia ter sido melhor a resposta, até me arrepiei!!!

voltei!!!!

Anônimo disse...

poesia para se orgulhar do Brasil, dos prestimados cantores populares
que chuta a bunda de doutor
que aprontar a bancarrota,
tentando invadir nossos lares.

o cordel me inspirou rsrsrs...