terça-feira, 24 de agosto de 2010

Imaginando o imaginário...

Ontem fui matar a curiosidade e finalmente assisti ao tão comentado "Imaginário Mundo do Dr. Parnassus". Muito borburinho entorno do filme, afinal, Heath Ledger morreu no meio das gravações; a situação foi contornada com Jhonny Depp, Colin Farrell e Jude Law (apenas!) e a história é misteriosa e fantasiosa ao máximo possível. Não dava pra não conferir! 

Prometo não contar a história e o final, como SEMPRE faço, e o Vitor sempre briga! rs

Visualmente falando, é um dos filmes mais incríveis que já vi. Trabalha com o contraste das cores e N paletas diferentes, cada uma característica de uma situação, de momentos... As locações vão do lixão ao mais luxuoso teatro em questão de segundos e nada fica destoante. Ainda que soe estranho, cada coisa se encaixa perfeitamente. O mundo imaginário é tão imaginário, que nele tudo remete ao exagero, ao grotesco e ao desenho animado. O real o é de tal forma, que a dor, a pobreza, a confusão se instalam em quase todas as cenas. 

O elenco, aos meus olhos, parece ter sido escolhido a dedo. Heath em excelente atuação. nos convence de que é uma pessoa perturbada, cheia de conflitos, ávida por mais dinheiro e poder. Seu desfalque no elenco, parece ser mais planejado do que qualquer coisa, já que a solução encontrada se encaixou tão bem no roteiro. Na primeira transformação que Tony (Heath) sofre, eis que surge Jhonny Depp (é e-xa-ta-men-te nesse momento que meu coração para!), com todo seu charme, como um galante aproveitador. Da segunda vez, Jude Law aparece, sem grandes acréscimos, digo eu. E por fim, Colin Farrell, que me surpreendeu ao se mostrar mais ator do que nunca. Não sei se foi todo o charme de Ledger, a simples existência de Depp, a insignificância de Law (na minha humilde opinião) e a sensualidade de Farrell, que deu um tom peculiar ao personagem e o fez cair em minhas graças!

Ainda no quesito elenco, Lilly Cole é jovem, linda e iniciante (na vida, na profissão...), assim como sua personagem, Valentina - e ela é ruiva, gente! RUIVA! A boa menina que está está se descobrindo, descobrindo o amor e a sexualidade. Lugar comum no cinema, mas dessa vez muito bem explorado. Seu pai, Parnassus (Christopher Plummer), sempre muito atormentado e bêbado, mostra a decadência de se querer tudo e vender a alma ao diabo - literalmente - para conseguir o que quer. O Diabo? Ora, é sempre o diabo. Diabólico, traçoeiro, enganador e feio. Dessa vez era piadista também! Outro que conquistou meu coração, e o de Valentina também, foi Andrew Garfield, no papel de Auton. Tão fofo, tão disposto a tudo pela amada, tão querendo colo... E porque os anões são tão rabugentos, hein? Precy, brilhantemente interpretado por Verne Troyer, tem as melhores tiradas e um ego três vezes maior que seu tamanho! rs 

Em questão de história, eu a esperava mais resumida; algo mais enxuto. Mas a lenga lenga na qual ela se desenrola não atrapalhou em nada o andamento do filme e seu efeito final sobre mim: um filme divertido, criativo, excêntrico e fora desse clichê hollywoodiano... Ainda há vida que anseia por espaço nesse mundo cinematográfico. Falta só gente de cacife que acredite, invista e banque. 

Muitos Tony's

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