domingo, 20 de janeiro de 2008

Un poco de Latinamérica!

Eita lêlê, que o balaio tá ficando bom! É gente que chega, que palpita... "Gradicida" a quem passou por aqui! rs =) Não tinha idéia o quanto isso poderia ser legal! rs








A boa de hoje é o livro do Gabriel Garcia Marquez: A Aventura de Miguel Littín - Clandestino no Chile. Dentro das páginas desse livro, mais do que uma boa hitória, está a memória de um homem, de um povo. Depois de uma série de encontros e boas prosas, Garcia Marquez reuniu material suficiente para para escrever, com riqueza espantosa de detalhes, a aventura vivida pelo cineasta no Chile durante a ditadura de Pinochet.

Considerado inimigo da pátria, Littín recebe na Espanha (onde vive o exílio) a notícia de que não poderia mais pisar em solo chileno. Saudoso de seu país e seu povo, o cineasta, apoiado pela Resistência Chilena, volta clandestinamente ao Chile e filma por seis semanas um documentário sobre seu povo, o cotidiano, os efeitos e feitos da ditaruda militar e o que há de melhor por lá. Contando com equipes de filmagens, percorreu de norte a sul o país e viveu e reviveu grandes momentos. O plano envolvia forte segurança e pessoas que estavam pelo mundo inteiro que eram ligadas a causa. Depois de vários momentos de tensão, surpresas e medo, Littín e suas equipes deixaram o país. O documentário recebeu o nome de Acta General del Chile, foi exibido no Festival de Veneza no ano de 1986. E esse é só um resumo da obra.

Uma puta história, né não? Essas coisas de perigo, ideias e valores sempre fascinam. Há três momentos no livro que são válidos, se não necessários, comentar. O primeiro foi a visita à casa de nada mais, nada menos, do que Pablo Neruda. A descrição do local, os detalhes, as inscrições talhadas na cerca em volta da casa pelos enamorados (coisas melosas e lindas como: Allende me ensinou o que é lutar e tu, Neruda, me ensinou o que é amar!). Até quem não é apaixonado por poesia, ou nem sabe quem é Neruda, se apaixona.

Mas esse momento não perde em nada para quando ele encontra a mãe e o tio, a quem não via há anos. O amor existente, o carinho e a felicidade saltam das páginas velhas (pelo menos era assim o livro que li! rs) e vão direto ao coração de quem lê. O estúdio dele, que a mãe conseguiu resgatar da ditadura e conservar em sua casa exatamente igual era na dele, mostra a certeza que ela tinha de ver o filho novamente. São os laços afetivos, o calor humano e o sentimento a flor da pele típico dos latinos.

E pra contrapor a todo esse 'sentimentalismo barato' de primeira qualidade, a emoção que ele sentiu ao entrar na Casa de la Moneda e ver passar junto a ele seu maior inimigo (Pinochet em pessoa!!) é quase acessível às nossas emoções.

Não dá pra deixar de achar legal a idéia, ou vício como ele mesmo chamava, de anotar seus pensamentos, suas ideias e ações nas caixinhas dos cigarros que fumava. E andava com todas em uma mala, pois se alguem as achasse a coisa não ficaria boa, não! rs

É... Que foi um bom trabalho não dá pra negar! Bom trabalho do Gabo (eu já me sinto íntima mesmo!! rs) que escreveu, mais uma vez, com maestria. Com uma riqueza de detalhes e numa linguagem tão envolvente. E bom trabalho do Littín, que teve cara e coragem pra viver essas história. Que arriscou a vida para mostra ao mundo as atrocidades de um ditador e que fez tudo pelo seu sonho e pelo seu povo.




Se gostar, descasque essa idéia!

Um comentário:

LeniB disse...

Foi por mero acaso que dei com o seu blog. Estava navegando, à procura de uma foto de Littín, e eis que aqui chego.
Parabéns pelo blog.
Já agora...posso usar esta foto?